Memórias do Mar e o Sabonete Senhora das Águas

“Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho,
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só pra mim”
Sophia de Mello Breyner

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Registro de Mar por Salamanda Gonçalves/Mandingas

 

Quase todo mundo tem uma memória do mar. Quer more longe ou perto dele. Numa visita rápida ou numa vida inteira ouvindo sua música, vendo seu bailado, navegando, mergulhando nele.
A minha existência se confunde com a minha existência perto do mar. Nasci vendo o mar, nadando no mar, ficando roxa de tanto ficar dentro do mar. O nome do meu pai terminava com ‘-mar’ (contrariando os muitos nomes que começam com ‘Mar-‘). Os últimos dias dele aqui na terra,  passamos perto do litoral.
memorias
Eu (a mais velha) e minha irmã (a mais nova) em uma
das nossas muitas memórias do mar
Não planejei um sabonete em homenagem ao mar, à Yemanjá. Ele semplesmente pediu pra nascer.
Flores, folhas apropriadas, bastante alfazema, um “cadinho” de musgo de carvalho e eis… o Senhora das Águas! Seu sucesso foi imediato. Este, o sabonete mais elogiado de todos que já fiz, e também o mais criticado. Até porque ele não tinha como agradar a todxs, é de foro íntimo. Eu o amo muito, eu o faço com muito prazer. Eu adoro o cheiro que fica na casa quando faço este sabão e me sinto inebriada, ‘maresiada’, tomada toda por ele.
 
Vamos aos ingredientes?
 
Macerado de água de levante, camomila, tuberosa e rosa branca. A tentativa de traduzir um mar de dois de fevereiro, em que oferendas são jogadas ao mar (sobretudo flores brancas) para saudar Yemanjá. 

 

Sal Rosa do Himalaia. Para trazer o sal das águas primordiais não poderia ser qualquer sal refinado, processado, tinha que ser um sal especial. Gosto muito da explicação que a Ane Walsh dá a este sal: “o sal do Himalaia tem sua origem em mares que ficaram aprisionados na terra muito antes de existirmos. Antes de povoarmos a Terra, antes de fabricarmos, antes de poluirmos. É originado em mares ancestrais, preservados com todos os organismos que nele viveram, reduzidos a sais, sem poluição de nenhuma espécie. O sal do Himalaia é mais salgado, mais denso e medicinal.”

As gorduras foram equilibradas para produzir espuma macia e cheirosa, que remetesse a um banho na praia, com toda essa energia grandiosa, contendo manteiga de “ouri” (karité) e licuri infuso com ervas e flores

Este é o terceiro lote, e sempre que produzo este sabonete procuro alimentar bons pensamentos, e ouço Orin (cânticos) em homenagem à orixá Yemanjá.



 Outro som que me acompanha é o show de Maria Bethânia, “Dentro do mar tem rio” que me inspira bastante:

 

 

É um sabonete ideal para todos os tipos de pele. O sal é um agente que atrai a umidade para a cutis. Além de ser um ótimo antibacteriano, prevenindo acne e dermatites infecciosas. Energeticamente, oferece uma limpeza do corpo e da alma. Excelente para ser usado depois de um dia exaustivo. Também  amplifica o poder pessoal.

 
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Sabonete Senhora das Águas
Este sabonete está disponível para venda aqui.